quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Crucificando

Andrés veio bater na minha porta. Eram nove da manhã, horário em que não costumo levantar. Geralmente sempre há um pestinha de plantão para me acordar às sete, mas hoje os pestinhas de plantão se atrasaram um pouco. Andrés entrou, um pouco agitado, e foi comigo à cozinha.

"E quais as novidades?", perguntei ainda sonada, acendendo o fogão para fazer café. O leitor do diário chegará lógica e paulatinamente à conclusão de que vivo de café e nada mais. Chegará à conclusão de que se morrer e for para o inferno, café será a única refeição que terá todos os dias. Mas isso é só porque adoro café e me dá prazer descrever os momentos em torno dele.

"Tá uma confusão dos diabos lá na cidade", ele disse enquanto limpava seus óculos, um tanto quanto nervosamente.

"Perguntei quais as novidades, Andrés. Uma confusão dos diabos na cidade não é exatamente o que eu chamaria de novidade."

Ele riu um quase riso amargo. Recolocou de volta os óculos.

"Anderson e Renan pregaram o prefeito de Taurinos numa cruz na praça principal. Tão lá agora, a cidade toda em volta que nem formigueiro."

"E onde eles arrumaram madeira?"

Ele ficou me olhando sem entender, me seguindo atento com os olhos atrás das lentes, "mas eu estou lhe dizendo que Renan e Anderson pregaram o prefeito numa cruz e tudo que a senhora tem pra me perguntar é onde eles arrumaram madeira??? A senhora não acha estranho pregarem o prefeito numa cruz???"

"Se você tivesse morado em Santos como eu, saberia muito bem o que é querer pregar o prefeito da cidade numa cruz."

Eu observava a água começando a liberar suas primeira bolhas. Pensava no prefeito de Santos, devida e deliciosamente pregado numa belíssima cruz e isso me dava incomensurável prazer.

"De mais a mais, o que exatamente você quer que eu faça? Uma imitação do Sílvio Santos ou do Luiz Inácio Lula da Silva? Malabarismo com ovos caipiras ou uma colcha de renda?"

"Eu não entendi…"

"Quero dizer que não vou sair daqui como uma louca varrida cada vez que um de vocês sete fizer alguma coisa bisonha. Andrés. Você sabe quantas coisas bisonhas vocês fazem por dia? E eu, não como, não bebo, não tomo banho, nada?"

Houve uma pausa gigantesca. A água ferveu no meio-tempo e o canto dos passarinhos lá fora me distraía do silêncio deixado por Andrés. Passei o café, observando calmamente a água descer, acrescentando mais água e dissolvendo os desfiladeiros que o pó de café molhado tinha formado. Tudo isso enquanto o prefeito da cidade continuava na vertical, pregado numa pavorosa cruz.

Andrés ficou em silêncio. Tomou café comigo e me fez prometer que iríamos à cidade assim que terminássemos. Eu já estava começando a ficar nervosa de antemão com ele e com a perspectiva desagradável de chegar à cidade e encontrar o prefeito da cidade pregado numa cruz.

E, conforme o espetáculo prometido, lá estava o prefeito da cidade pregado na cruz. De longe, já víamos aquele burburinho em volta. E eu pensei na falta do que fazer dos locais, largando feijão no fogo para vir contemplar toda essa merda acontecendo na praça central. Nem sombra de Renan por perto. Daqui, já dava para ver que Anderson montava guarda na cruz e falava alto como um arauto para que todo o povo em volta ouvisse claramente.

"Que isso sirva de exemplo para todos aqueles que ousarem sonhar em firmar acordos para trazer gente de fora para Taurinos!"

Acordei num feudo, a visão fantasmagórica e medieval, um Gólgota medieval no centro da praça principal. Passando pela loja de ferragens, vimos Alberto contemplando passivamente o suplício. Não que eu apreciasse o prefeito, mas não queria acordar de manhã tendo que ir ao centro da cidade tentar dissuadir crianças de crucificar pessoas, ainda mais na praça central.

"Alberto, você não vai intervir? Não é seu único filho ali na praça, todo de preto em cima do cavalo, parecendo um carrasco medieval e falando aquele monte de bosta medieval? Vai esperar inventarem a guilhotina e instalarem uma aqui na praça também?"

"Não é a senhora mesma que cria isso? Pois então!"

"Acho que quem cria isso são pais sempre se cagando de medo dos próprios filhos, isso sim! Mas isso mesmo viu, joga a culpa em Deus que fica mais fácil caminhar sem esse peso!"

Andrés ouviu a discussão, mas não disse nada. Alberto ouviu a imprecação, mas manteve a cara de bunda. Fomos abrindo caminho no meio da multidão que enxameava em torno da cruz até que não ficou mais ninguém na nossa frente a não ser Anderson. E a cruz onde o prefeito estertorava, é claro. Anderson nos viu emergir do bolo de gente ao redor e sorriu.

"Olha só, Andrés foi rapidinho buscar a D. Stella em casa. A senhora sabia que ele deveria estar ali numa outra cruz junto com o prefeito? E o Bruno também!"

Olhei para Andrés. Como um camaleão gordinho e minúsculo, ele adotou a linguagem corporal do disfarce pleno. Eu conhecia aquela linguagem como poucos em Taurinos.

"Nossa Andrés, tem como você dar cinco minutos entre uma bosta e outra que você faz ou está difícil? Que é que você aprontou dessa vez? É Jardineiro Celeste, Polícia Obscura, não tem como você dar uma porra de uma pausa?"

Me voltei para Anderson. Ele ia recomeçar a cantilena do que isso sirva de exemplo para todos aqueles que ousarem sonhar em firmar acordos para trazer gente de fora para Taurinos quando eu o interrompi.

"Bonita cruz, hein, Anderson? Adorei. Aposto que nem foi você que fez. Agora que eu já adorei a cruz, tem como tirar o desgraçado do prefeito daí?"

Anderson riu, "a senhora sempre de bom-humor, hein, D. Stella? Apostou certo, nós "gentilmente convencemos" o prefeito a fazer a cruz para ele mesmo. Se o Renan autorizar eu tiro o prefeito do castigo. Mas tá recente ainda, os urubus nem começaram a sobrevoar."

"Mas que diabos o prefeito da cidade fez pra esse tratamento VIP?"

"Ele e o senhor Andrés Silva Conselheiro firmaram um acordo para trazer gente de fora para a cidade. São amiguinhos do Andrés e do Bruno que moram em toda essa região e um pouco mais além."

"Desce o prefeito daí e a gente discute isso no Mithraeum, Anderson!", insisti.

"Já lhe disse, D. Stella, só o Renan pode autorizar tirar ele do castigo, foi ele quem colocou o prefeito aí." Anderson fechou o cenho, olhos fixos em Andrés, que não dizia uma só palavra.

"E onde se meteu o Renan numa hora dessas?"

"Ele foi comer uma coxinha lá no Zé e já volta."

"Pois eu vou trazer o Renan aqui nem que seja pelas orelhas pra acabar com essa nova loucura."

"Eu não recomendo tentar trazer o Renan aqui pelas orelhas. Não é com o Renan que está mexendo, é com a Polícia Obscura."

"Mesmo? Pois a Polícia Obscura está mexendo com o Conselho da Sociedade Antiga dos Taurinos. Ou vocês dois tiram ele daí ou eu vou convocar reunião e vai ser pra hoje", disse e larguei o policial lá com cara de cu mal comido.

Eu e Andrés fomos até o Zé, eu porque queria achar o Renan e por um fim naquela merda, ele provavelmente porque estava com medo de ser crucificado pelo Anderson nesse meio-tempo. Lá estava Renan, em sua costumeira mesa de fora, bebendo uma Coca-Cola 600ml e comendo o que provavelmente era a sua terceira coxinha enquanto o desgraçado do prefeito agonizava naquela cruz nefanda. Ele me viu e abriu um sorriso enorme que se desfez quando ele viu Andrés atrás de mim.

"Bom dia, mãe!", ele se dividiu entre tentar sorrir, fechar a cara ao ver Andrés e se espantar ao ver a minha cara.

"Bom dia mãe é a puta que te pariu. Tira o prefeito de lá daquela cruz horrorosa e acaba com essa palhaçada, Renan!"

"Mas, D. Ste… Ei, espera aí, a senhora não dá ordens na Polícia Obscura!", ele ficou aturdido com a minha atitude e furioso com o que considerou ingerência.

"Eu não, mas o Conselho da Sociedade Antiga dos Taurinos dá ordens na Polícia Obscura sim. Tira ele de lá ou eu levo os dois pra Conselho hoje!"

Renan ficou ainda mais aturdido com a promessa, "a senhora não ia levar a gente pra Conselho…", e eu o interrompi rápido, "ia levar não, vou levar se não tirarem aquele homem de lá!"

"Esse aí do seu lado merecia uma cruz pra ele também! E o Bruno, que nem sei onde está!", o policial minúsculo estava vermelhinho como um tomate.

"Que cruz, cruz, mania de cruz! Não sei nem de onde vocês tiraram essa ideia agora!"

Do nada, Adriano apareceu descendo a rua, encostou o carro na guia ao nos ver; eu abri a porta e enfiei Andrés no carro para espanto total do irmão mais velho.

"Leva o teu irmão daqui; a gente se vê mais tarde no Mithraeum. Vai, vai!"

"Isso mesmo, bonito mesmo vocês dando fuga pro culpado! A gente se acerta na reunião!", Renan invectivava enquanto Adriano saía à toda com o irmão mais novo olhando apavorado pela janela de trás do carro e sob risco de crucificação imediata.

"Pode ter certeza. A gente se acerta mesmo na reunião, garoto", eu disse, "agora, será que dá pra tirar o homem de lá ou a primeira reunião vai ter que ser sobre isso?"

Ao chegar em casa, vi um cavaleiro se aproximando do meu portão. Era "sêo" Danilo. Provavelmente planejava ir à cidade, a julgar pela direção de que estava vindo. Ele ficou estarrecido ao saber da crucificação do prefeito, "mas que loucura é essa, "sá" Stella, esses meninos não dão um minuto de sossego?!?"

Eu disse a ele que o prefeito tinha ido parar no hospital em Varginha. Deve haver naquele hospital uma ala só para os pacientes vindos de Taurinos, a todo momento deve ir gente que se arromba por aqui. Disse a ele que da cidade mesmo liguei para os membros do Conselho que não avisei pessoalmente. Que tinha marcado com eles reunião de tarde no Mithraeum, às três horas.

Mithraeum. Adriano é o Oficiante de hoje. E já iniciou os trabalhos pedindo silêncio. Andrés e Bruno se olhavam de quando em quando no mesmo fluxo enigmático de sempre, observados atentamente por Guilherme e Arthur. Renan e Anderson compareceram de preto e se sentaram juntos, fuzilando Andrés e Bruno com os olhos, entre frustrados e enfurecidos. Eu ia implicar com eles por comparecerem de preto, mas "sêo" Danilo me pediu que pegasse leve com os detalhes.

"Eu vou passar a palavra aos policiais para que expliquem o que se passou na praça principal hoje", determinou o Oficiante, "o irmão Anderson fala ou o irmão Renan prefere falar?"

Renan se ergueu e ia começar a falar, quando o Oficiante lhe disse que permanecesse sentado. Renan sentou-se de volta, contrariado.

"Ficamos ontem sabendo que o prefeito, Bruno e Andrés firmaram um acordo pra trazer gente de fora para a cidade. Não sabemos ainda o que é, mas sabemos que é muita, muita gente, o que só piora o que eles fizeram. Por isso, eu e o Anderson decidimos pela crucificação sumária e imediata do prefeito para que servisse de exemplo de que ninguém está acima da lei em Taurinos. A Polícia já provou isso várias vezes. Se não fosse pela D. Stella, ele ia estar lá até agora.", e ele olhou para mim naquele misto de insatisfação, frustração e raiva que já algum tempo vinha caracterizando os meninos daqui.

"O senhor vai continuar?", perguntou o Oficiante, sentindo a pausa comprida demais.

"É só por enquanto", rosnou Renan.

"O irmão Renan é chamado a moderar seu tom de voz ao se dirigir ao Oficiante ou qualquer outro membro do Conselho. Pergunto ao irmão Bruno onde ele estava no curso dos acontecimentos."

"Em Varginha, com o Arthur", foi a resposta de um Bruno sério, circunspecto.

"O irmão Andrés quer fazer alguma declaração?", tornou o Oficiante.

Andrés, mudo como um peixe desde a mesa do café, resolveu adquirir alma nova e falou pela primeira vez.

"Quero declarar que nem eu nem o Bruno queremos gente de fora se fixando aqui na cidade. É um encontro do qual eu e o Bruno participamos, que ocorre de tempos em tempos em diferentes cidades. As pessoas vêm, se encontram e depois de alguns dias vão embora exatamente como vieram. Ninguém vai permanecer na cidade, eu posso garantir."

"O irmão Andrés ou o irmão Bruno pode nos dizer de que tipo de encontro se trata?"

Andrés olhou para o Bruno, como se receoso de dizer do que se tratava. Suspense. Olhei para "sêo" Danilo e ele parecia presa do mesmo sentimento de suspense geral.

"É… É um… Um jamboree."

"Não seria jabuti?", perguntou Anderson ingenuamente, me lembrando o corretor de busca do Google e me fazendo rir. Imediatamente, todo o contingente da Polícia Obscura me fulminou com os olhos, bem ao modo dos meninos daqui.

"Silêncio!", exigiu o Oficiante, "o irmão Anderson fala somente quando for a sua vez. Peço também a colaboração de D. Stella para que a reunião não fique sendo interrompida a todo momento. Irmão Andrés, se puder esclarecer a este Conselho o que isso significa…"

"Um jamboree é uma reunião de escoteiros de um país (que são chamados também de Acampamentos Nacionais), de um continente ou do mundo todo. Um encontro de uma região menor como Minas Gerais geralmente não é chamado de Jamboree, mas resolvemos deixar o nome assim. Eu e o Bruno fazemos parte do Grupo Escoteiro de Varginha. Todos os GEs do estado foram convidados e confirmaram presença", ele disse a última frase ressabiado, com medo da vigilância.

Houve uma pausa gigantesca. O espanto era geral. Até para eles, que vinham me contar coisas estarrecedoras com a maior naturalidade, como se já existissem há décadas.

"Você nunca disse que era escoteiro, irmão Andrés", disse o Oficiante, confuso.

"O sr. Oficiante nunca perguntou", Andrés respondeu, provocando risos gerais. Até o Oficiante e a Polícia Obscura tiveram de rir ao som do velho bordão de Taurinos.

"Agora eu entendo porque o Bruno se junta com o Andrés para ir para Varginha vez por semana", ajuntou Arthur.

"O irmão Arthur precisa esperar que lhe seja dada voz. Por favor, senhores membros do Conselho, peço requererem voz antes de qualquer aparte ou contribuição a este debate, ou a reunião será anulada. Eu passo a palavra ao irmão Bruno para que ele explique como é o tal encontro."

Bruno olhou para Andrés, a súbita cumplicidade dos dois, talvez súbita apenas para mim.

"É trabalhar juntos, cantar juntos, conhecer, explorar juntos. É trocar experiências que são valiosas para todos. Celebrar a natureza. Formar caráter. Muita gente junta aprendendo coisas novas e confirmando coisas antigas."

Anderson se inscreveu para falar, seguido de Renan. Olhei para "sêo" Danilo e "sêo" Danilo olhou para mim. O movimento dos dois foi acompanhado com mais interesse por Arthur e Guilherme do que por Andrés e Bruno. E é claro pelo próprio Oficiante que anotava as inscrições.

"Acho que é tudo muito bonito, e tal, mas quantas pessoas você calcula que vão vir?"

O Oficiante passou a palavra ao Bruno, "umas quinhentas pessoas."

"Confirmadas?", perguntou o Oficiante.

"Sim, confirmadas."

"O irmão tem consciência de que esse número representa um quarto da população de Taurinos?"

"Sim", Bruno olhou para Andrés, em suspense. Renan reergueu a mão e o Oficiante lembrou a ele que o tinha anotado na fila de voz.

"O irmão Renan quer falar, passo a ele a palavra."

"O irmão da agricultura celeste infinita pode dizer…"

"Irmão Renan, modere o sarcasmo e o desrespeito a um membro do Conselho. Evite a anulação da reunião.", o presente Oficiante dirigia uma das reuniões mais complicadas da história recente do Mithraeum.

"O irmão Bruno pode dizer a este Conselho como um grupo desse tamanho vai ficar na cidade sem causar confusão e impacto na sua natureza de que vocês tanto gostam?", Renan olhou para o Oficiante, a ver se aprovava o novo tom.

Bruno também olhou para o Oficiante e respondeu.

"Gostaria de lembrar ao irmão Renan que a natureza de Taurinos é a natureza de que a gente tanto gosta. Estamos no mesmo barco, eu sei, mas a sua preocupação com a natureza de Taurinos para mim é coisa nova. Agora, respondendo a pergunta, os escoteiros têm propostas para conservar tanto a cidade quanto a natureza de Taurinos durante o evento. Coisa que alguns Agentes da lei na cidade não tem…"

Renan ia levantar, enfurecido, quando o Oficiante sinalizou que não o fizesse, "gostaria que o irmão Bruno limitasse sua fala à resposta da pergunta feita pelo irmão Renan."

Bruno e Andrés então explicaram detalhadamente o plano de ação durante o encontro. Anderson ainda levantou a questão das patrulhas indo a lugares da cidade onde não deveriam, como o Santuário, a Ilha Basilisco e outros, e de como isso seria coordenado. Andrés e Bruno assumiram inteira responsabilidade por esse item, como de resto, por toda a organização do evento. O Conselho foi tendo cada vez menos perguntas, até que não restou mais nenhuma. A realização do evento foi votada, o que resultou em sua aprovação, seis votos contra dois. Não preciso explicar quem votou contra, preciso? Renan pediu direito a voz ao se ver derrotado e recebeu do Oficiante a permissão para falar.

"Quero dizer uma coisa, Andrés e Bruno: já pensaram se entrantes começam a se esconder junto às barracas e nós tivermos que ir até as barracas para caçar os danados à noite ou no fim do dia? Tragam os seus amiguinhos escoteiros se quiserem. Mas não quero ouvir reclamações quando as coisas começarem a ficar esquisitas. A Polícia vai atrás onde quer que estejam os forasteiros. Já pensou que bonitinho eu pegando um forasteiro no meio de uma fogueira de acampamento e trucidando ele na frente da molecada? Já viu, né? Boa sorte, irmãos de Conselho da Fraternidade Escoteira!", e ele riu um risinho minúsculo e diabólico com um carinha fofinha e satânica ao mesmo tempo.

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