segunda-feira, 20 de abril de 2009

Isolado

Foi Duílio quem abriu a porta do Mithraeum desta vez. Lugar onde eu nunca o tinha visto entrar, assim como "sêo" Danilo. Andrés entrou primeiro, seguido de mim, "sêo" Danilo e dos outros cinco. Duílio fechou a porta do cofre; pelo menos era assim que eu sentia aquele ambiente hermeticamente fechado do Mithraeum.

O Mithraeum estava mudado, bem mudado desde a última vez em que nos reunimos aqui; as baias dos touros tinham desaparecido junto com eles após a cerimônia. Era também a primeira vez que eu retornava aqui após aquela noite fantasmagórica.

Lá embaixo, nos sentamos nas arquibancadas do templo e ficamos um tempo em silêncio. Flashes estranhos emergiam a todo instante em minha cabeça. Como se algo daquela noite tentasse retornar à minha memória.

Os dois estropiados da guerra de ontem — Andrés e Renan — sentaram primeiro. Recusaram-se a sentar um do lado do outro. Guilherme, Anderson e Adriano ocuparam lugares distintos nas arquibancadas, talvez temendo um novo confronto dos dois mini-guerreiros. Eu, "sêo" Danilo e Duílio nos sentamos depois de todos eles. Os garotos ficaram nos olhando em suspense, esperando o que se viria a seguir.

Eu comecei dizendo que tinha chamado aquela reunião unindo as duas Câmaras da Sociedade Antiga dos Taurinos, a Interna e a Externa porque havia membros das duas partes envolvidos na história. Embora "sêo" Danilo fosse da Câmara Interna, ele não estava envolvido diretamente na história. No entanto, eu fazia questão de sua presença ali. Ele tinha me alertado para tanta coisa, mesmo envolto na mesma inconsciência que eu, tateando aqui e ali como eu, tentando juntar os cacos do que esta história de Taurinos é desde o seu início. Desde o início, a única luz em toda essa escuridão veio de suas solidárias xícaras de café.

Todos me ouviam em silêncio; mesmo o olhar abatido de Andrés sustentava seu interesse. Ele pressentia o pior para si mesmo, mas tentava não aparentar mais que interesse.

"Não é mais segredo para ninguém o que ouvimos e ficamos sabendo ontem de manhã. Não é mais segredo nem mesmo para a população de Taurinos, já que a cidade estava presente em peso. Mesmo quem não veio ficou sabendo de tudo pelos que vieram. Agora eu sei que estou num hospital e que posso decidir voltar à minha vida normal. Se é que um dia que seja de minha vida possa ser considerado normal."

Silêncio mortal. Todos pareciam querer entender minhas palavras. Nem um único som se ouvia naquela catacumba escura e estranha que o Mithraeum sempre foi e será.

"Entendi que criei uma história pregressa para esta cidade. Criei passado e presente, mas um futuro de incerteza, junto com todos vocês. Sempre defendi a idéia de que não há quem precise de um psiquiatra, mas sim pessoas que criam, no mundo das idéias, coisas que vêm a se tornar reais no mundo material. Mesmo um carro não foi, um dia, mais que uma simples idéia na mente de alguém. Mas uma força vem que transforma essa simples idéia em algo que se pode tocar, que pode ter uma influência na vida da gente. Como o carro que acabo de citar, que pode facilitar a vida das pessoas, encurtar as distâncias entre os lugares e as pessoas que se ama e cuja velocidade, no caso de uma ambulância, pode ser a diferença entre a vida e a morte de alguém."

Olhei para Adriano. Ele não mais parecia confuso. Depois do dia de ontem, ele parecia até mesmo mais consciente que eu. Andrés me olhava em crescente expectativa.

"Agora eu entendo que Adriano viu exatamente o que Andrés viu ao ser criado. Adriano somente viu as coisas acontecerem muito tempo depois. Andrés viu tudo acontecer no momento em que tudo começou, eis a grande diferença. Quando Duílio e Aparecida me ajudavam a entrar no carro com as malas, não viram a ambulância parada na porta, não me viram sair com Meire, os paramédicos e os policiais rumo ao hospital. Quando Meire, os paramédicos e os policiais me colocaram na ambulância, não viram Duílio e Aparecida me ajudando a entrar no carro com as malas. Obviamente porque estavam em planos diferentes. Apenas Andrés, sem sair de Taurinos, viu as duas coisas acontecendo simultaneamente. Ele pode ver os dois planos coexistindo em perfeita harmonia naquele momento exato de minha vida. Taurinos e tudo o que nela existe foi criada no momento de meu coma. Andrés provavelmente uns instantes antes disso."

"Devia ter me criado antes", interrompeu Renan protestando vivamente, atraindo os olhares (entre curiosos e furiosos) dos Conselheiros, "por que foi criar esse pulha antes de…"

"Renan, por favor!" Guilherme queria socar o irmão caçula, mas estava longe dele. Pedi silêncio e continuei. Perguntei a Duílio como tinha me encontrado. Ele me disse que encontrou meu cartão com meu telefone sobre a mesa do computador. Eu disse a ele que nunca tive cartão de apresentação ou profissional. Nunca operei dessa maneira.

"O cartão foi provavelmente criado e impresso por Andrés, não é mesmo?" eu olhei para o menino que ergueu os olhos por sobre as lentes dos óculos e me encarou.

"Foi. Achei a senhora na internet, junto com o seu blog… Pesquisei a lista online de Santos, não foi difícil achar seu nome. Não tem muitos Grisam naquela cidade, a senhora bem sabe…"

"Você começou a agir estranho, brigou com o Renan na escola, começou a ficar mais e mais estranho, para que seu pai se visse obrigado a procurar ajuda de uma psicóloga. Casualmente seu pai encontrou o cartão próximo ao computador, porque você tinha deixado o cartão lá para que ele o encontrasse "casualmente"."

"Bem vi que ele veio com uma historinha bem esquisitinha pra começar aquela briga… Agora entendo tudinho." Renan estava assombrado, olhando furioso para Andrés.

Duílio, ao lado de "sêo" Danilo, ouvia tudo em meio a grande espantosidade, indignado por ter sido passado para trás daquele jeito por um menino de doze anos. Anderson, Guilherme e Bruno pareciam entender cada vez menos quanto mais entendiam. Olhavam para mim no auge do espanto. Mas dos três, Bruno era o que menos parecia se conformar com o modo pelo qual tinha passado a existir. Aquilo lançou uma sombra sobre os meus pensamentos, não estivessem eles já confusos o suficiente. Sim. Não era confuso somente para mim. São seres humanos, com seus sentimentos, sonhos, aspirações, medos. Como fui me meter numa dessas? Não seria, para meu consolo, um sonho dentro de outro sonho dentro de outro sonho dentro de outro sonho dentro de outro sonho, como nos contos de Jorge Luis Borges?

"Como você calculou o tempo para que seu pai telefonasse e marcasse a consulta é algo que só pode ser explicado pelo modo como o tempo passa num sonho. Mas você conseguiu uma sincronia perfeita, isso você realmente conseguiu naquele momento. Como quando estávamos com os touros no caminhão. Você os tratou para morrerem exatamente para morrer quando cruzássemos o limite de município naquele dia em fins de fevereiro?"

Andrés fungou, olhou para os outros antes de responder.

"A senhora mesma matou os touros. Eu fiz a senhora mesma matar os tres porque eu convenci a senhora de que era de verdade. Era de verdade mesmo, mas ia levar uns 40 dias pra isso acontecer e a senhora, lógico, não ia ficar esperando ali 40 dias pra saber se isso era de verdade. A senhora tinha tanta certeza de que eles iam morrer que matou todos eles na hora que a gente passou do limite da cidade."

"Que filho da puta!", Guilherme assobiou, admirado com a frieza do amigo. Isolado na parte mais alta das arquibancadas, Andrés rilhou os dentes nervosamente ao ouvir Guilherme. Adriano fez um movimento na direção do irmão mais velho de Renan, "xinga a minha mãe de novo queu acabo com essa reunião e com a tua raça." Eu segurei Adriano, enquanto Duílio já se preparava para intervir e enquanto "sêo" Danilo a um só tempo balançava a cabeça e olhava para o alto, e disse a ele que aquilo era força de expressão e que eles ficassem quietos. Pedi que limitassem suas falas a perguntas sobre o assunto e nada mais. Eu mesma resolvi intimar o menino antes que os Conselheiros o jurassem de morte.

"Guilherme, mais uma força de expressão, dessa vez você vai conversar comigo, não mais com os Conselheiros, ouviu?"

O garoto se encolheu, apavorado com a repercussão de sua frase, murmurando um "pode deixar" assustado. Renan era só alegria, "bem feito pra você, vive me enchendo o saco por causa das coisas que eu faço e falo…" Renan era muito espontâneo todo o tempo e me faria rir se eu não estivesse tendo os dias mais difíceis de minha vida.

"Andrés não contava com o fato de que Adriano pudesse ver também coisas. Ele provavelmente achava que era o único que podia ver. Mas com o passar do tempo, percebeu que o irmão tinha suas visões também, não podia ver o Plano Mestre, mas tinha lá suas visões também. Tentou intimidar Adriano na Cachoeira dos Chifres quando isso ficou claro para ele. Quando ficou sabendo que o irmão contava histórias sobre o avô, o primeiro ponto sensível, já que Andrés era seu próprio avô. Um entre Aqueles Que Retornaram."

Andrés rilhou os dentes novamente, mas se manteve calado. Vejo os movimentos calmos e controlados de sua boca daqui, os dentes calma e friamente lixando uns aos outros. Tenho de ter todo cuidado com ele. Como se ele fosse feito de vidro. Ele tem todo o acúmulo do que eu criei, se é que eu criei. E se eu tivesse criado Andrés e ele tivesse criado a cidade? Não sei se faria muita diferença dentro daquilo que sei agora e do que estou a mercê. Mas decidi testá-lo assim mesmo.

"Andrés, quero que faça um juramento."

Ele se sobressaltou, como se adivinhasse o que vinha em seguida. "Que juramento? Não…", tentou dizer, mas eu lembrei que ele não estava em posição de recusar o juramento. Ou será que estava? Quanto mais, se é Andrés quem conhece o Plano Mestre, ele tem a esconder? Teremos nós esvaziado seu oceano de infinitos segredos?

"Que juramento?" e ele deu de ombros, abatido e cansado do interrogatório.

Determinar que valor esses procedimentos do dia de hoje — que me lembraram remotamente a Inquisição Espanhola e me deram arrepios — podem ter em corações e mentes daqui de Taurinos era bem difícil. Até que ponto tenho de aderir a estes procedimentos medievais desta sociedade secreta? Secreta? Alguém disse secreta?

"Jure que vai dizer somente a verdade sobre o que vier a partir deste ponto."

Ele teve um acesso de riso nervoso.

"Quer dizer que tudo o que eu falei até agora pode ser mentira?"

"Iria ficar bem engraçado pra um cara que detesta ser chamado de mentiroso.", eu disse provocando o primeiro momento de descontração da reunião. Até Andrés acabou rindo.

"Eu juro", e ele nos mostrou as mãos vazias como se sinalizasse que nada mais tinha a esconder. Achei elegante esse gesto, um dos mais interessantes que o vi fazer, pela espontaneidade absoluta que me passou.

"Eu criei Taurinos? Ou foi você?" Eu estava preparada para a pergunta, o que não significava que eu estava preparada para a resposta. Mas ela viria, disso eu tinha certeza. E veio.

"Que diferença isso faz?", e ele tinha uma expressão estranhamente curiosa em saber de fato a resposta. Não parecia uma mera pergunta retórica.

"Eu realmente não vejo muita diferença no atual curso das coisas. Mas eu quero saber assim mesmo."

"Pois eu lhe digo que eu tenho o Plano Mestre na cabeça desde que eu passei a existir e não tem isso de ter criado Taurinos. Ela passou a existir assim como eu passei a existir. A semente de tudo é o Plano Mestre e ele foi a primeira coisa que existiu, na sua cabeça, depois eu passei a existir e o Plano Mestre e a minha cabeça eram a mesma coisa dentro da sua cabeça e foi assim que tudo veio a existir. Taurinos existe fora de mim do mesmo jeito que existe dentro de mim. Eu sei tudo o que se passa na cidade, e o que se passou eu sei também. Eu só não posso ver pra frente. Nem enxergo sem meus óculos. Será que isso é simbólico?"

Houve uma grande pausa. Só se ouviam as respirações pesadas de todos nós no silêncio da catacumba. Os exaustores eram estranhamente silenciosos, mas cumpriam seu papel.

"Acho que Andrés estava lutando pela cidade. Por ele também, mas pela cidade de Taurinos", disse Anderson, em desagravo ao amigo.

"Porra nenhuma! Ele manipulou todo mundo! Escondeu tudo da gente, que somos o povo dele! Esse cara tem que morrer, sô!", Renan olhava para o alto da arquibancada e pela primeira vez, eu vi o ódio nos olhos dele. Nem no dia de ontem, quando se pegaram daquele modo, vi um olhar como aquele. Um olhar calmo e profundo de ódio que gelava o sangue de qualquer um nas veias, "eu disse que ia te destruir e agora taí!"

"Me destrói", Andrés rangia os dentes calmamente e tão calmamente como rangia os dentes, dizia, "e você se destrói junto comigo."

"Isso é verdade, D. Stella?", Renan parecia alarmado.

"Acredito que ele esteja falando a verdade, Renan."

"Eu sei da conversa que você teve com D. Stella em que você disse que ia me destruir. Mas se for esperto, não vai tentar, sô. Nem a D. Stella, que foi a origem de tudo, tem o Plano Mestre na cabeça. Eu tenho."

Difícil será esquecer o ar de desolação de Renan ao ouvir isso. Eu também estou desolada. Gostava de Andrés, desejava paz e temperança a ele, mas era espantosamente complicado que a base de toda essa cidade estivesse em poder dele e de mais ninguém.

"É claro que a D. Stella pode voltar para onde o corpo dela está e acabar com tudo isso, como disse o "sêo" Danilo. Não posso nem quero mais impedir. Eu jogo a toalha. D. Stella, vou lhe dizer uma coisa: volte para a sua vida normal em Santos. Só tenha a certeza de que a senhora está destruindo uma comunidade inteira. Queria ver como ia encostar a cabeça no travesseiro toda noite sem lembrar que a senhora nos destruiu. Não pedimos pra isso acontecer. Nem a senhora sabe como aconteceu, mas aconteceu. Lembre-se de que nós queremos viver. Lembre que quanto mais viva a senhora estiver, mais mortos nós estaremos. Quanto mais morta a senhora estiver, mais vivos nós estaremos. E se a senhora quiser se desprender do seu corpo, virá morar com a gente pra sempre. E ninguém mais vai morrer, e mesmo aqueles que morreram enquanto a senhora estava na cidade vão ressurgir. É essa é a Imortalidade que "sêo" Danilo falou ontem."

"Ninguém mais vai envelhecer? É isso que quer dizer?", perguntei, para me certificar de que era disso que ele estava falando.

"É isso que eu quero dizer."

"Isso quer dizer que eu vou ter quatorze anos pra sempre?", perguntou Anderson, calmamente.

Andrés girou o pescoço até encontrar os olhos do amigo.

"Isso mês.", ele disse simplesmente.

Uma nova pausa, essa mais pesada que as outras, até que eu quebrei o encanto do silêncio, "era essa a Imortalidade prometida, "sêo" Danilo? A estagnação?", perguntei, sem disfarçar uma lágrima que começou a rolar pelo meu rosto.

"Parece que é isso mês, "sá" Stella…","sêo" Danilo tinha o ar compungido. Eu me virei para os outros, pasmada.

"Essa é a vida que vocês querem viver? Uma vida de estagnação? De mesma coisa?"

Eu olhava para todos os presentes, sem acreditar. Não se ouvia som além de minha voz. Eu não queria acreditar no que estava ouvindo. Que Andrés tivesse feito tudo isso, que me esperassem desde o alvorecer da humanidade para tornar suas vidas um lago estagnado? Uma poça de água parada?

"É melhor que não existir", disse Renan timidamente, olhando para todos, com medo de ser repreendido.

"Renan é o único aqui com língua? Ou ele fala por todos vocês?"

"Ele fala por todos nós, pode ter certeza, D. Stella", disse a voz do alto da arquibancada.

"Mas não fala por mim", disse Bruno de repente, atraindo os olhares de todos, "eu não sei se quero viver assim. Eu não sei se isso é vida. Vou esperar D. Stella chegar à decisão dela e dependendo do que for, eu vou tomar a minha."

"O que você quer dizer com isso, sô?" Adriano estava tão aturdido quanto eu. Olhou para Bruno, para os outros, para mim. Nós pressentimos a mesma coisa, mas não havia muito a se fazer naquele momento. Ele só faria seu movimento se eu fizesse o meu, então teríamos tempo para agir. Os outros não pareciam entender o que se passava com Bruno, exceto por mim, Adriano e por seu irmão mais novo, o Grão Mestre de toda essa confusão. Eu mudei radicalmente o assunto, sem saber como continuar com aquilo. E porque eu tinha algo a esclarecer a mim mesma.

"E sobre a cerimônia? Era por isso que vocês podiam fazer coisas que seriam fisicamente impossíveis na arena?"

"Era por isso que nós — a senhora incluída — podíamos fazer coisas que seriam fisicamente impossíveis na arena.", ele disse rindo.

Minha visão se toldou. Lancei o olhar para a arena e caminhei até lá enquanto os presentes me olhavam como se eu tivesse acabado de descer de um disco voador. Abrindo a pequena porteira, entrei na arena pela primeira vez desde a cerimônia. E uma enxurrada de recordações daquela noite me invadiu. Vi o touro que tinha matado Arthur. Eu o vi vir para cima de mim e tudo que aconteceu comigo naquela arena veio num único jato, torrente sem controle, sem lei nem ordem. Vi o horrível processo de descarnamento do animal feito por mim mesma, tudo o que me havia horripilado e aturdido nos outros naquela noite eu fiz pior. Uma visão toldada do sangue do animal agonizante, cujos mugidos cortavam o coração. A voz de todos os touros do mundo, os de dentro do caminhão, um mugido infinito e infernal que assolou minha cabeça e ensurdeceu meus ouvidos.

Abri os olhos. Havia muito mais claridade através dos meus olhos fechados do que o ambiente do Mithraeum fazia supor. Não estava mais no Mithraeum. Estava na fazenda Taurinos em minha cama. Aparecida me olhava com expressão entre aturdida e pesarosa. Ela tinha feito chá, que deixou sobre o criado-mudo enquanto ajudava a me levantar, "olhe, beba esse chá de melissa e camomila que lhe fiz, vai se sentir melhor, eu garanto."

"Quer me sedar, Aparecida?", eu procurei sorrir descontraída e ela sorriu também, sem afetação.

Lá fora, o som do rádio do carro de alguém. Pergunto quem é e Aparecida me explica que é um dos moradores da cidade. Acampados ali, não sairiam enquanto eu não chegasse à Grande Decisão. A música eu conhecia, uma música bela e sugestiva direto dos primódios do Depeche Mode:



"A semana de trabalho chega ao fim
A hora da festa está aqui de novo
Todo mundo pode vir se quiser
Se você quiser estar comigo
Se você quiser estar comigo
Você pode vir comigo se quiser

Exercite o seu direito básico
Nós poderíamos construir um edifício
Dos tijolos da vergonha é construída a esperança
Se você quiser estar comigo
Se você quiser estar comigo
Mesmo que você possa ainda não querer

Deixe o amanhã e o dia de hoje
Trazerem uma vida de êxtase
Deixe-os secarem suas lágrimas de confusão
Se você quiser estar comigo
Se você quiser estar comigo
Você pode vir comigo se quiser
Muito embora, no fim das contas, você possa não querer…"

Se Você Quiser, escrita por Depeche Mode.


Advento | Tiradentes

Rádio Universal: O Dia Da Criação

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