sexta-feira, 6 de março de 2009

Te prometi um milagre

Acordei com o som do telefone. Olhei no relógio de cabeceira, que marcava meia-noite e vinte. Muito embora eu saiba que a ligação não é para mim, um telefone tocando tarde da noite por aqui não tem como ser coisa boa. Alguém atendeu. Aguardei debaixo do cobertor tentando escutar o que se dizia. Estranhamente me pareceu ouvir meu nome ecoando de alguma forma pelo hall de entrada, onde fica o telefone "oficial".

Agora, claras batidas em minha porta. Me enrolo num roupão, vou abrir a porta e Duílio está no espaço entre a sombra e a penumbra do corredor com uma expressão entre a sombra e a penumbra.

"D. Stella, acabo de receber um telefonema do Horácio, pai do Arthur. Eles capturaram um touro com o tranquilizante."

"Que ótimo, só faltava mesmo o touro do Arthur, agora parece que ele pode…"

"Horácio pediu que a senhora venha comigo e com o Andrés. Ele disse que é importante que a senhora venha."

Fico alarmada. Primeiro por que ligariam a uma hora dessas para dizer que capturaram um touro (por mais importante que fosse para a cerimônia, sempre se pode ligar de dia, eles teriam pelo menos a sexta-feira inteira para lidar com isso)? E o que pode ser isso, nem conheço o dono da fazenda além das poucas palavras que troquei com ele ontem no almoço. Por que é que eu tenho de ir, e por que tanta ênfase na minha presença?

"Eu perguntei a ele porque queria que a senhora fosse, mas ele desligou rápido."

"Ele parecia nervoso?"

"Sim, e muito. Vou acordar o Andrés, me vestir, só vai levar um minuto."

Coloquei o mp3. Tenho a esperança de acalmar as minhocas que me surgem na cabeça por conta do telefonema a essas horas, a incerteza da informação vaga. Avanço uma faixa para a frente e a música começa.



"Te prometi um milagre. A Fé é uma coisa bonita. Promessas, promessas, enquanto os dias dourados surgem a vagar. O acaso, como o amor, toma um trem. Brisas de verão e luz brilhante. A vida espelha uma cura. Tudo é possível com promessas. Tudo é possível no jogo da vida. Tudo é possível."

Te Prometi Um Milagre, escrita e gravada por Simple Minds.



Na fazenda Feletti todas as luzes parecem estar acesas. Penso em Arthur e em seu sonho, o que me aflige ainda mais. A incerteza com que chegamos, os sinais que vemos no caminho, gente chorando, desolação. Agora eu posso ver. E se antes não pude é porque talvez me recusasse a acreditar. Eu queria crer num milagre até o último momento e foi o que fiz. O sonho de Arthur não era apenas um sonho, vejo agora. Reconhecendo o carro de Duílio, um dos camaradas da fazenda vem nos receber.

"O que acontece aqui? Por que as luzes estão todas acesas?" Duílio esticava o pescoço para fora do carro, tentava ver além do que podia, ao ser abordado pelo camarada.

Nervoso, o camarada nos conta que fazia uma ronda pela fazenda com o rifle de dardos tranquilizantes. Ele conta que foi a pedido de Arthur que deveria levar um touro para o Mithraeum hoje sem falta. Andrés olhou para mim e para o pai, começando a ficar nervoso. O homem ouviu ruídos nos fundos da casa, correu para lá quando viu o bicho enorme, avançando contra os fundos do paiol. Ele conta que atirou e acertou o dardo em cheio, mas isso não impediu o choque do animal com a parede do paiol. De repente, ele viu a irmãzinha de Arthur correr de trás do paiol, espavorida, os olhos arregalados como pires. Um frio começou a correr pela minha espinha, para cima e para baixo. O sonho.

"Foi só quando cheguei atrás do paiol que vi "sô" Arthur caído, sangrando. Achei que era coisa pouca, que o menino é liso, sabe se cuidar. Não era pouca coisa, no final…"

E depois de uma pausa, ele continuou:

"Quando eu tentei levantar ele, ele só falava numa tal Stella, Stella. Ele disse que ela tinha agora de fazer por ele. Falou que ela era a única que podia. Não entendi nada, mas lembro bem do que ele…"

"Como ele está? Como ele está?", atalhou Andrés, desesperado.

"Ele gostava muito do senhor, "sô" Andrés", disse o homem para o menino, cujo fisionomia já se desmanchava no mais puro desalento só de ouvir a frase no passado, "a primeira coisa que perguntou quando ainda conseguia falar foi pela irmã. Eu disse a ele que estava tudo bem com ela, mandei alguém chamar uma ambulância correndo. A segunda coisa que ele disse foi que levassem o touro para a cerimônia. A última foi falar nessa tal Stella… Não deu tempo nem de chegar no telefone…"

O verbo no passado. Arthur é passado agora. Ficou no dia de ontem, esquecido ao sabor das descobertas inacreditáveis que fizemos juntos. Não me lembro do que foi que o estusiasmou ontem, mas foi a única coisa. Todo o tempo calado, num outro espaço, como se soubesse que não demoraria muito mais caminhando sobre a Terra, entre os Taurinos. No banco da frente, Andrés baixou a cabeça até que ela encostasse no painel do carro. Soluçava baixinho, talvez num esforço sobrehumano de tentar nos dizer que um homem não chora. Duílio acariciava a cabeça do filho, numa vã tentativa de lhe dar algum conforto.

"E agora?", perguntou o chefe de família, desorientado.

"Agora é a parte terrível", eu disse olhando a movimentação ao redor da casa, "conversar com os que ficaram."

A atmosfera é pesada no interior da casa e nem poderia ser diferente. Pêsames. Condolências. Rezas. Um trato social frívolo que procura esconder, mas não esconde a dimensão da ruptura que a morte realmente traz. O fim de todo o contato objetivo com o ente mais querido, que a partir dali, não viverá além de nossas recordações mais queridas. Para mim é o choque de saber que alguém que estava a seu lado descobrindo tanta coisa no dia anterior não está agora nem estará mais. Não conhecia esse menino há mais de sete dias. Mas os dias que temos vivido no Mithraeum têm sido como anos de conhecimento entre todos nós.

Horácio, o chefe de família daqui me chama para uma conversa na varanda de fora, onde muitos passam, mas ninguém para. Assim que nos sentamos ele olhou para mim.

"Não, não foi fatalidade, "sá" Stella. Foi algo que ele viu e nós não demos confiança a ele. Istrudiamêss ele tocou no assunto, como a senhora tinha dito. Dissemos a ele para ficar em casa uns dias, já que não havia escola. Ele ficou, mas deu no que deu. A gente tinha que acorrentar no pé da cama. Isso não pode, não é? Estou sem saber o que pensar, o que dizer, sem um chão pra colocar os pés."

Deixei que ele falasse. O que posso dizer a alguém que acaba de perder um filho?

"Uma coisa que ele disse antes de ir foi que o touro dele tinha que chegar para a cerimônia. Peça ao Duílio que venha buscá-lo de manhã, ou vou mudar de idéia e retalhar aquele monstro nojento ainda vivo no machado e no facão. Ele só sai daqui vivo porque o meu filho quis assim."

"Eu falo com ele, pode ficar tranqüilo quanto a isso."

"Arthur ainda disse mais e foi por isso que eu insisti que viesse. Ele disse que a senhora é a única que pode tomar o lugar dele na cerimônia agora. Porque a senhora foi a única iniciada além deles sete na Sociedade."

"Eu…"

"E eu sei que a senhora não vai desapontar o menino. Não vai desapontar o povo decente de Taurinos. É gente que só quer paz para trabalhar e viver. Tem muita coisa em jogo na cerimônia de amanhã. Arthur vinha se preparando há mais de um ano. Era como se preparar para uma passagem da vida para ele. Ansdionti aquele sonho. Não é justo, D. Stella, que planos o grande Mitra pode ter para nós? O que é que o futuro tem guardado pra gente?"

Uma lágrima correu pelo rosto duro e sofrido do sertanejo. Um rosto feito mais velho em poucas horas por uma dor que jamais chegarei a conhecer em minha vida. Porque nunca tive filhos, nem mesmo a paranóia de um perdê-los me passaria pela cabeça. Eu estaria sendo falsa e hipócrita ao dizer que consigo imaginar por quais profundidades desoladas da dor esse homem agora vagueia. Nem meus anos de psicologia, meus estágios, a experiência acumulada me podem dizer algo que faça o menor sentido sobre o sentimento que atravessa a vida deste pai de família neste dia que nem começou. Ainda de família, mas um pouco menos pai a partir de hoje.

Ele me entregou a espada que Arthur deveria usar na cerimônia, espada que nem chegou a sair da bainha, "agora é sua. Faça o melhor que puder com ela. Lembre-se de meu filho quando usar essa espada. Seja meu filho quando usar essa espada."

Ele então, depois de uma pausa longa como a eternidade em meio ao som de fundo dos choros, rezas e das conversas baixinhas e tirou um papel amassado do bolso.

"Este é um papel em que ele estava escrevendo uma poesia um pouco antes de dormir", Horácio ia concluindo a conversa no limite de suas forças Eu vi o menino amassar o papel e jogar no lixo e fiquei curioso. Sem ele perceber, guardei o papel amassado comigo, "levem com vocês. Não quero ficar imaginando o final da poesia nem como ela seria se ele tivesse conseguido ir além do título. Fique com esse papel. Se o que tem aí escrito significar alguma coisa para vocês, já vai ter valido a pena. Porque para mim não significa mais nada."

Uma onda misturada de espanto, esperança e ternura varreu meu corpo e mente no momento em que desamassei o papel. Nele, as únicas quatro palavras que ele tinha conseguido escrever: "Te prometi um milagre".



"Eu não ia querer ir para casa numa noite como essa, em que descubro que parte do passado se perdeu. E a lâmpada na janela já torrou seu filamento. Puxo tudo para dentro, mesmo assim tudo está solto. Eu não gostaria de ficar fora com notícias como essa correndo. As máquinas todas alto demais, as calçadas chegam a assobiar. Como os garotos na escadaria se reunirão outra vez para falar de justiça, liberdade e de dor. Tudo está dentro, mas está tudo solto."

Inwards, escrita e gravada por Big Country.



Duas horas da manhã. Desligo o mp3 ao chegar. Andrés ainda não conseguiu parar de chorar e eu nem entreguei o papel amassado a ele ainda. Na fazenda Feletti aguardam laudo para a liberação do corpo de Arthur, mas ninguém lá parece disposto à muita burocracia. O velório começaria as oito da manhã e o enterro seria no final da tarde. Penso no pesadelo que será para a família até que essa poeira se assente. Se um dia assentar.

Adriano e Aparecida nos aguardam no alpendre. Quem conseguiria dormir numa noite como essa? Ao ver o irmão chorando, Adriano começou também, abraçado com a mãe. Eles provavelmente já imaginavam. Eu imaginava. O menino imaginava. E ninguém fez porra nenhuma, isso é o que mais me irrita e deprime em toda a situação. E o que mais me deprime é pensar que nada poderíamos fazer para ajudar com isso. Ficaríamos morando lá à espera de um animal que viria ou não viria?

Velório. A mesma atmosfera sombria da casa na madrugada, só que aumentada da confusão de touros e vacas disputando lugar com as pessoas participando do velório. A cidade inteira compareceu ao velório de Arthur. Todos eles estão nas ruas na manhã de hoje.

Apesar do clima sombrio e caótico ao redor, os meninos parecem mais calmos agora. Me puxam para para o adro da igreja, um banco mais distante da confusão geral em torno do velório, atrás das barricadas da igreja, para conversar. Lá nos aguardam os outros quatro para uma conferência.

"Eu quero trocar o meu Sagrado com o do Arthur", Renan estava assediando Andrés, "te peço de joelhos se você quiser. Nunca te pedi nada, mas hoje vai ser o dia, meu irmão. Por favor deixa eu pegar o monstro."

"Poupe seus preciosos joelhos para a batalha, meu caro e ansioso amigo… Este Sagrado foi passado para D. Stella pelo pai do Arthur e pelo próprio Arthur que esqueceu até que estava morrendo para destinar um touro e um lidador para assumir o lugar dele. Um cara que morreu defendendo uma menina indefesa e a própria família dele. Para mim isto basta… Isto é definitivo."

Noto que Andrés está tremendo. Está aparentemente calmo ainda, mas parece estar a ponto de perder o controle. Não é para menos num momento como este. Os meninos o olham como se ele tivesse acabado de cair do céu, seu irmão incluído. Renan resmunga alguma coisa, contrariado. Bruno não tem posicionamento muito diferente. Apenas Anderson, Guilherme e Adriano parecem manter um certo distanciamento. Eles observam a tudo atentos à importância do momento no tempo e no espaço.

"Renan, eu sei o quanto você quer pegar esse touro. Não é diferente de mim ou do Adriano, Anderson, Guilherme ou o Bruno e, tenho certeza, D. Stella também. E todos sabemos que entre todos nós você é o melhor e o mais cheio de conhecimento para tornar os últimos minutos do monstro piores que mil infernos. Conhecemos a tua ciência e sabemos quanto mal ela faz. Mas desta vez, ela vai ter que enfrentar esse Sagrado, meu irmão. Ela nunca pediu pra ser parte da Sociedade. Ela nunca pediu essa responsabilidade enorme que ela tem agora. Mas aqui está ela, disposta a ajudar a nossa gente, alguém que junto com a gente chegou até aqui onde estamos."

"Eu faço minhas as palavras do Andrés", eu tinha que intervir neste exato momento, fiquei emocionada pelo que o gordinho de óculos sempre meio empoeirados pela poeira do cerrado disse em minha defesa, "ele não poderia ter dito melhor. A responsabilidade é minha. É a última vontade de um membro da Sociedade e como disse Andrés, para mim é definitivo também. Eu nem em pesadelos gostaria de me ver arrastada para dentro daquela arena. Mas amanhã eu vou entrar lá para lutar e tenho que entrar lá dentro com o melhor da minha boa vontade. Por que é isso que o momento exige de mim, não é? Então é como vai ser."

"Por que o teu pai não pode substituir a D. Stella? Ele é iniciado também, não é?", insistiu Bruno assim que Renan se aquietou.

"Porque o meu pai não foi iniciado na reunião de fundação. Ele é iniciado dentro da Câmara Externa assim como os pais de todos vocês. Nós somos iniciados dentro da Câmara Interna. Quem é iniciado dentro da Câmara Externa pode vir tomar um cafezinho com a gente, mas nada de partilhar mistérios com ele."

As mãos dele tremiam cada vez mais. A voz agora tremia junto com elas.

"Agora, chega dessa desgraça dessa discussão. Ninguém mais vai pensar em nada que não seja o nosso objetivo de amanhã. Eu não tô aguentando mais, galera; eu não tô aguentando mais. Eu juro que não…" as lágrimas repentinamente começaram a rolar de novo pela face dele, "…tem uns dias que eu penso em largar tudo e caminhar até o cansaço me matar ou um touro me pisotear. Mas que merda, que maldição do caralho é viver nessa cidade fudida de merda…"

Eu o abracei e para minha total surpresa ele não fugiu do abraço e até se aninhou no meu peito como um bebê minúsculo. Como se estivesse mesmo precisando disso naquele momento especial de sua vida. Da vida de todos nós. Todos pareceram então tomar consciência do momento que vivíamos todos nós juntos. Homens e mulher, estamos todo no mesmo barco.

De volta ao Mithraeum para o nosso último encontro antes do verdadeiro Armageddon que seria a cerimônia. Quando tínhamos terminado de descer as escadas e Andrés ligou as luzes do santuário, o tumulto nas baias lá embaixo se iniciou. As sete baias estavam preenchidas agora. Nada mais se interpõe entre nós e o ritual. Porque se algo se interpuser, será o fim desta cidade e de sua população. E o meu. É radical assim.

No entanto, ao ver o espaço onde estaremos lutando com feras assassinas de meia tonelada amanhã aos primeiros minutos do sábado fatídico, me assaltou a dimensão do encargo que eu havia aceitado de bom grado, levada de roldão por todas as circunstâncias. Não criei tais circunstâncias, mas acabei envolvida e arrastada por elas. Ontem tive uma baixa de pressão ao ver sangue escorrendo da boca de Renan. Como poderia, mesmo que vença o animalão, arrancar dele vivo sua pele, carne, órgãos, fazer seu sangue esguichar sem cair dura no meio da arena destruindo assim qualquer chance de uma cerimônia bem-sucedida para a Sociedade?

Me preparo para a morte. Que ela virá, virá, mas acho agora que muito antes do que eu penso. Não há como desistir e sair da cidade a pé. Provavelmente seria trazida de volta à força, na melhor das hipóteses. E mesmo que eu assim quisesse, haveria ainda o compromisso com alguém que se foi acreditando em mim. Alguém que paradoxalmente não me queria na Sociedade desde o início e foi sincero a esse respeito todo o tempo. Alguém que por alguma iluminação particular chegou à conclusão de que estava errado; talvez sua decisão de me passar o encargo se devesse a uma necessidade dele de ajustar as contas com seus últimos dias. O que ele acabou fazendo, no frigir dos ovos.

"D. Stella", chamou Andrés, "desça aqui na arena com a gente."

Respondo ao chamado e, dominando minhas paranóias, desço para a arena. Um frio sobre e desce pela minha espinha a cada passo que dou na direção dela. Andrés me mostra o último Sagrado. A mancha violeta de tinta no dorso, o olhar assassino do animal se voltando para mim. Os meninos estão em torno da baia, olhando para ele com olhos não menos assassinos.

"Aqui", e o menino gordinho chutou a cancela de ferro da baia com violência desusada, exasperado e irritando o touro e os outros ao lado, "tá aqui o filho de uma puta que matou nosso amigo. Olha bem pra essa cara enorme e nojenta de besta-fera, D. Stella. Foi ele. Foi ele. E não olha pra mim, D. Stella. É pra ele que a senhora tem que olhar."

"Andrés…"

"Cala a boca, Adriano. Isso, D. Stella… Aprenda a odiar esse monstro. Encontre um ódio dentro de si que nunca tenha dedicado a ninguém e dedique todo esse ódio a ele. Tudo de uma vez, indo que nem tempestade pra cima dele. Sem dó. Sem piedade. Sem misericórdia. Sem compaixão. Porque esses touros, ah, esses touros vão direto pro céu. Nós vamos ficar aqui. Eu não quero saber se você nunca mexeu com isso. Se for considerada fraca demais pra aplicar nele a punição que ele merece, todos nós vamos ter falhado e a cidade vai secar de dentro pra fora. Mas você não vai ter que esperar até suas tripas sequem como se fossem feitas de pó fino, porque se você falhar com a gente, eu entro na arena, corto o desgraçado em fatias e te faço engolir cada porra de pedaço de carne que tiver no corpo dele, tripas, tudo até que você não seja mais que um saco gordo, nojento e seboso de carne, atolada e sufocada por toda aquela tranqueira dentro do corpo. Fui claro? Alguém tem algo a declarar contra ou a favor? Intonces encerro a sessão de hoje."

O silêncio pesou devastador sobre a arena, come exceção do ruído alto dos touros bem à nossa frente. Eu tinha ouvido o que precisava ouvir. Coloquei meus fones, ajustei o aleatório e coloquei pra tocar.



"Depois de tudo que eu vi, depois de tudo que eu vivi, hoje eu estou aqui só pra dizer o que aprendi: aprendi a odiar."

Aprendi A Odiar, escrita e gravada por Inocentes.



O menino mais sanguinário do país | Este pandemônio esta noite

Rádio Universal: Um Amor Como Sangue

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