segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Sem vestígios

O telefone tocou. Não que eu entre em pânico quando isso acontece, mas não consigo evitar de pensar em tantas más notícias que nos chegam pelo fio. Especialmente aqueles que através do telefone vêm em busca de ajuda com seus problemas criando um problema absurdo para mim. Bom, paga as contas, não paga?

Era Meire no telefone. Ela sempre me liga, pelo menos uma vez por semana. Conversamos pelos cotovelos até perceber que nossas orelhas estão em brasa de tanto esfregar no fone. Então, marcamos de nos ver ao vivo, aqui em casa ou na casa dela. Na verdade, o nome dela é Rosimeire, mas ela prefere mesmo ser chamada de Meire. Eu entendo o porquê, já disse a ela que sempre entendi o porquê (e depois me arrependi de ter dito isso a ela).

Meire me perguntou (como sempre faz quando me telefona) se localizei o paradeiro do meu marido, Paulo. Digo que não há ninguém a se achar. Afinal de contas, ele desapareceu em 1994. Dei parte à polícia, colaborei com o pessoal da Desaparecidos, fiz cartazes com a foto dele, tudo em vão. Depois de dez anos procurando por ele, sinto já ter feito tudo ao meu alcance, até mais do que poderia fazer, toda a via-crucis pelas cidades próximas, necrotérios, hospitais, institutos médico-legais. Ele simplesmente desapareceu. Sem vestígios.

Hoje, buscando uma palavra-chave da qual já nem me lembro, topei com um post antigo do meu blog nos resultados do Google. Aí foi que me lembrei que desde 2004 eu não tinha publicado mais nada nele. Será que algo digno de nota aqui vai acontecer? Não devia deletar o blog ou torná-lo particular por absoluta falta de conteúdo?

Aqui escrevo sobre os casos que nunca consegui solucionar. Esqueço os casos solucionados. Apesar de escrever sobre todos, só publico mesmo os que não tiveram resolução. Isto torna as coisas mais fáceis para mim, já que não tenho de publicar tudo o que escrevo. Escrevo tanto quanto trabalho nos casos e com os clientes que buscam comigo uma solução para seus problemas psicológicos e mesmo parapsicológicos.

O menino mais sanguinário do planeta

Rádio Universal

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